Os textões no Facebook e o Medium vieram às custas de algo que, acho eu, era mais genuíno, mais íntimo: os blogs. Eles ainda existem (você está lendo um!), mas perderam o papel de megafone do cidadão médio (como eu) para plataformas mais fáceis, engessadas e horizontais.
Para quem escreve à moda antiga, hoje é mais difícil chegar a quem possivelmente gostaria de nos ler. A concorrência é pesada e os recursos de que dispomos, comparados aos das grandes empresas de tecnologia, incomparáveis.
Apesar da hegemonia das redes sociais, e de uma ou outra meio que autossabotar o papel de disseminadora de blogs (é, você mesmo, Facebook), algumas ferramentas têm aparecido para resgatar ou manter o apelo desses. Como parte interessada, acompanho de perto essa movimentação. O perfil típico de um ~blogueiro é alguém que não sabe programar, então qualquer ajuda externa que me ajude a espalhar o que eu escrevo aqui é bem-vinda.
Cadê o app do Manual do Usuário?
Com frequência me perguntam por que não lanço um app do Manual do Usuário. Meio que é uma alternativa válida, mas uma dispendiosa. Além de comprar as horas de trabalho de alguém que saiba desenvolver apps, existem outros custos, alguns não financeiros, que complicariam o workflow do blog: manutenção, alterações no protocolo de publicação, suporte aos usuários… Não é tão simples, e isso é imperdoável — o meu mantra, por necessidade e convicção, é manter tudo o mais simples possível.
É mais interessante centralizar tudo na web e aproveitar-se de apps que fazem a ponte entre ela e coisas mais modernas, como apps e notificações. Abaixo, algumas dessas ferramentas.
Bloglovin’
É o mais curioso de todos porque, no fundo, é só um agregador de feeds, como o Feedly ou o Google Reader (RIP), mas com foco em blogs de moda.
O Bloglovin’ é um típico espécime do dilema Tostines: faz sucesso no mundo da moda porque é feito para isso, ou foi direcionado a esse fim pela boa recepção nesse microuniverso? Não sei, mas hoje, com mais de dois anos de estrada, o app virou referência no segmento, aposta nele e tem um invejável dado demográfico: 90% da base de usuários é formada por mulheres.
Apesar disso, nada impede de usá-lo para acompanhar blogs de outros gêneros — no fundo, o Bloglovin’ é apenas um agregador de feeds. Ao se cadastrar, ele oferece de cara alguns blogs para serem seguidos, mas é simples fazer a limpa nesses e cadastrar os seus preferidos. (E vale a pena olhar as sugestões; aqui, pelo menos, vieram umas boas, como o Humans of New York.)
A interface do Bloglovin’ é bem bacana, ele tem notificações, permite salvar posts para ler posteriormente e organizar esses em categorias. É um agregador de feeds ok, gratuito e com versões para web, Android e iPhone.
O Manual do Usuário está no Bloglovin’.
Yo
Às vezes parece que eu faço piada com o Yo (às vezes, é o caso), mas ele é uma plataforma muito legal.
O que eu mais gosto na premissa do Yo é que, por não ter uma finalidade bem definida, ele pode ser qualquer coisa. Para mim, é uma plataforma de notificações para quem não quer/sabe construir apps.
Adicione o Manual do Usuário mandando um yo para MANUALDOUSUARIO. Feito isso, você passará a receber uma notificação a cada post publicado aqui no blog — são poucos por semana, não se preocupe. Essa notificação te leva direto ao referido post, ou seja, com um toque/deslizar de dedo, você lê na hora o que foi publicado aqui. É mais rápido que qualquer outro meio de distribuição, simples de tudo e… funciona.
Tem para Android, iPhone, Windows Phone e Chrome.
Notificações no Chrome
Google, Mozilla e a W3C trabalham ativamente para dar mais poder à plataforma web. Uma das conquistas recentes mais legais desse esforço foi a criação da API Push, que dá a sites o poder de disparar notificações, como se fosse um app. Até agora, apenas o Chrome (para computadores e Android) e o Safari (apenas o do OS X, a partir do Mavericks) suportam esse recurso.
Ao visitar um site com suporte a notificações, ou clicar no link específico (caso daqui), um balão perguntará se você deseja receber notificações daquele endereço. Diga sim para conceder ao site em questão esse privilégio. Você pode testar o recurso neste site demonstrativo e ler mais sobre a funcionalidade aqui. Caso use o Chrome1, assine o Manual do Usuário. É só clicar aí embaixo:
Clique aqui para receber os posts via notificação push
O maior empecilho para popularizar as notificações via navegador ainda é a dificuldade de implementá-las. Exige-se mudanças no nível do servidor, o que não está ao alcance de qualquer um. Já surgiram alguns serviços que tomam para si essa parte mais complexa e facilitam a vida de quem publica — no caso, é só instalar um plugin no sistema de publicação, ou inserir um código no tema.
Métodos convencionais
Feed RSS, newsletter gratuita, Twitter, Facebook… tem tudo isso também. O importante é que você saiba o que está rolando aqui e não se esqueça dos seus sites favoritos — e é normal isso acontecer; são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, disputando a nossa limitada atenção, que acabamos nos esquecendo até o que agrada e/ou faz bem.
Vendo de fora pode parecer um esforço excessivo, mas acredite: eu valorizo um bocado cada visita que recebo no Manual. Por isso tudo que me é possível de fazer a fim de facilitar tal ação, eu faço, para entregar tudo mastigadinho :)
Você chegou ou costuma acessar o site por outro meio? Se sim, conte-me nos comentários. (E me fale, também, se o lance das notificações no Chrome funcionou legal.)
- Infelizmente, a solução que uso não suporta o Safari. Culpa da Apple, que criou uma API Push diferente :/ ↩
Abra o post Bloglovin’, Chrome e Yo dão à web algo que lhe faltava: notificações push, leia os comentários e deixe o seu.